Tua alma (by Ricardo)

Aceito teus erros
Te levo ao pecado
Te dou um esporro
Aguento calado
Te jogo na cama
Te cubro de vida
E saio afobado
Já de partida
Te abandono
Não sou teu dono
Mas quero a tua alma
Depressa
Com calma
Me peça
Te bato
Te beijo
Se acalma

Razões pelas quais (by Carlos)

Homens costumam pensar que são desejados pelas mulheres porque:
a) tem grana
b) são bonitos / gostosos
c) são bons de cama
Boa parte das mulheres acredita nisso também.
Nada mais longe da verdade.
Vamos começar pelo final.
Nenhuma mulher se aproxima de um homem porque ele é bom de cama. Ela ainda não experimentou, e sabe que não pode confiar na declaração de outra mulher.
Depois de experimentar, ela até pode repetir por isso.
Mas aí vem a parte interessante. O que define um homem "bom de cama" para mulher não é nada daquilo que o homem normalmente imagina.
Para a mulher, o toque, o olhar, o cheiro, a pegada, todos os "periféricos" são mais importantes do que a penetração.
E, bom de cama mesmo, é o homem que adivinha o que ela está querendo, que descobre pontos sensíveis que ela nem conhecia.
Se for bonito e gostoso, melhor. Mas homem bonito e gostoso transa se olhando no espelho, orgulhoso de sua performance estética.
E a grana ? Quantas piadinhas sobre o assunto ...
É fato que a maioria das mulheres gosta de comprar. Mas não todas.
É como diz a sabedoria popular: um homem paga o dobro por algo que precisa; a mulher paga a metade pelo que não precisa.
A mulher só exige que o homem tenha dinheiro para compensar tudo o que não lhe dá.
Você não me decifra ? Pague por isso !
Não me encanta ? Viagem para Europa.
Não me faz sentir sensual ? Vestido novo.
Não me ouve ? Brincos de brilhante.
Não posso exibir você para minhas amigas ? Exibo seu dinheiro.
Já que o homem não dá o que é importante para ela, ela tira o que é importante para ele.
Quem se importa com dinheiro é o homem.
Logo, meus caros amigos, guarde a carteira, esqueça a academia e não se preocupe com o tamanho do pau.
Quer ser desejado ?
Bom humor, atenção, sedução...
(mas pagar a conta do boteco ajuda)

Uma poesia prática (by Luiz)

(inspirada por uma postagem sobre as fêmeas do Xico, lá no Lost in Translation, da Amèlie)

Disse o Xico:
Fêmea no teste do biquíni – Ao perceber que ela ficou incomodada ao sentar pela primeira vez na areia daquele verão, não adianta nem mesmo a mais derramada e lírica das declarações de amor. Mesmo que você não saiba sequer a diferença entre estria e celulite, mesmo que prefira uma "botterinha", não adianta convencê-la.

Revelou grande conhecimento da natureza feminina, com elegância e fina ironia. Faço apenas uma ressalava no caso do teste do biquini, cujas observações, embora corretíssimas, merecem complementação. E vai em forma de poesia, bem ao gosto das fêmeas.

O caso, meu jovem, tem solução
Olhe a dama com muito tesão
Não aceite o "não" como resposta
Arraste-a para cama recém posta
E ataque com disposição
Mostre a ela o quanto você gosta
E ela estará mais bem disposta
A superar a situação

Parque de diversões (by Ricardo)

Estavamos alí, desta vez na cama. O quarto era o lugar mais fresco da casa naquele dia.
Sem pressa, já havíamos nos divertido em todas as posições conhecidas. E uma nova: o "ganço com torcicolo". Essa não foi das melhores, mas rimos muito.
Enquanto fazia rodinhas com a ponta do dedo, distraidamente, em volta do bico do seio, lembrei-me de uma cena rara da minha infância, mas muito especial. A visita ao parque de diversões.
Eu adorava o carrinho de dar trombadas, a barraca de tiro-ao-alvo, o bicho-da-seda (esse, coitado, nem existe mais) e a montanha russa. E ficava apoquentando meus pais, que não tinham muita grana, com o inevitável: "deixa eu ir de novo ... ah, só mais uma vez, vai .... por favor ...".
Depois de alguns anos de análise, a gente se convence de que as lembranças não voltam por acaso. Fiquei me perguntando, enquanto contemplava o biquinho enrijecido, porque estava lembrando daquilo naquele momento.
O insight veio rápido.
Ela era o meu parque de diversões.
Os seios pequenos, a bundinha arrebitada, os olhos apaixonados, xotinha cor-de-rosa, o sorrisinho sacana, os gemidos, os gritos, as mordidas, os braços largados ao lado do corpo entregue ou as mãos presas pelas minhas sobre a cabeça nos momentos mais intensos ...
Meu pequeno parque, tão lindo, tão iluminado.
E quantas brincadeiras divertidas.
As pequenas montanhas russas que percorria com a ponta dos dedos, com a palma da mão espalmada, com a língua...
O bicho-da-seda, entrando e saindo do escuro, primeiro vagarosamente, depois, cada vez mais rápido.
As firmes trombadas do carrinho por trás e o delicioso tiro-ao-alvo pela frente...
E ela, generosa, sempre me deixando ir de novo, quantas vezes quiser, sempre que tiver vontade.
Não é o paraíso ?
Fiquei emocionado.
Larguei a montanha russa e voltei para o bicho-da-seda.