Sexo em equipe (by Carlos)

No início do século passado, sexo era uma atividade pecaminosa realizada por duas pessoas (quase sempre um homem e uma mulher), a portas fechadas e preferivelmente de luz apagada.
Tanto é assim que não existe nenhum registro fotográfico e nem mesmo qualquer testemunha das peripécias sexuais do Super-Homem com a Mulher Maravilha.
As coisas andaram mudando e a geração Y que, inspirada pelos Cavaleiros do Zodíaco, faz tudo de forma coletiva, mudou as regras do jogo.
O sexo grupal deixou de ser coisa de filmes de sacanagem ou de encontros swingers.  A turma se encontra para um bier&beque e, se rolar um clima, começa o pega.  Ninguém precisa sair da sala e procurar um cantinho escondido. 
Pode ficar mais divertido quando  já se tem uma certa intimidade.
Umas amigas de um time de Vôlei, que costumavam festejar suas vitórias e derrotas com o mais profundo espírito de equipe, foram além do tradicional 69 e desenvolveram um conjunto de sinais para combinar as “jogadas” na hora do rala e rola.
O sinal do número 11, por exemplo, feito com os dois dedos indicadores nas costas, significa que a jogada vai ser individual, cada uma pega um.
O 21 é um convite para dividir a parada.
O 41 é a indicação para ficar “de quatro” e se deixar pegar por trás.
O 42 é a continuação de um 41, mas com dupla penetração.
O 51 é o pedido para um Gang Bang (todos pegando uma)
O 55 é a chamada para uma “suruba” geral.
Duas mãos fechadas, equivalente ao 00, é o recado de que não vai rolar.
O 01, uma mão fechada e o dedo indicador da outra na horizontal, significa “não vai rolar e estou vazando” (indo embora).
Não fui capaz de memorizar outros sinais mais complicados, mas me lembro que uma mão apertando os cinco dedos da outra era a indicação para um “fisting”.

O que sei é que elas nunca perderam uma comemoração.

Gaia, a deusa que habita todas as mulheres (by Luiz)


Antes, quando  a Terra era chata e os deuses eram mais divertidos, Gaia (ou Gea) era uma divindade importante.
Nos últimos séculos vivemos num mundo redondo de deuses chatos, masculinos, autoritários, tipicamente solares, cuja luz ofusca a visão de qualquer outro astro.
Percebe-se que chegamos ao extremo desta era quando as mulheres resolvem se igualar aos homens, negando sua conexão visceral com a deusa-mãe.
Culpa nossa, dos meninos... - nos empenhamos em sufocar a misteriosa energia feminina, que não compreendemos e invejamos.
Mas Gaia não morreu ... embora ofuscada, ainda habita cada mulher.
Prova disto é que a mulher segue refletindo os desequilíbrios do planeta.
Para os céticos, ilustro com a imagem mais evidente: o desmatamento.

(foto: internet – não me lembro de onde)

Carta aos homens de boa vontade (by Ricardo)



Caros companheiros da irmandade masculina,

Gostaria de convidá-los a participar do movimento Neo-Feminista, ajudando a resgatar o passivo colossal que recebemos de herança de nossos antepassados.
Nosso objetivo é simples: contribuir para que as mulheres tenham prazer.
Sim, meus caros, as mulheres são capazes de sentir prazer, independentemente de sua idade, aparência, religião ou posição social.
Na verdade, são capazes de sentir muito mais prazer do que nós, os homens.
Suspeito, inclusive, que foi por pura inveja que os decanos ancestrais de nossa irmandade elaboraram essa estratégia nefasta para limitar o prazer feminino.
Nos últimos dois milênios conseguimos fazer com que as mulheres passassem a sentir culpa por sua capacidade de ter prazer, medo de seus desejos e vergonha do próprio corpo.
Teríamos ganhado mais reconhecendo sua superioridade sensorial e aprendido com elas, ou apenas aproveitado o prazer de admirá-las em seu gozo.
Mas não adianta chorar sobre o leite derramado.  Pensemos no futuro.
O primeiro passo é dar nossa permissão para que elas possam voltar a sentir prazer sem julgá-las mal por isso.
Não é pouco.  Também nós fomos vítimas dessa estratégia milenar.  Incorporamos a ideia de que uma mulher com desejos e determinação para saciá-los não é digna de respeito.  Somos vítimas do medo atávico da perda do controle e, depois de tantos séculos, não sabemos como lidar com uma fêmea de paixões intensas.
Precisamos aprender a reconhecer a beleza dessa energia feminina e nos alimentar dela.
O segundo passo é convencê-las de nosso sincero propósito e da intenção de acolhe-las em sua explosão.
Também não será fácil.  As mulheres são sensíveis, observadoras e estarão atentas a cada pequeno gesto, olhar ou palavra, prontas para reconhecer a crítica que tanto temem.
O terceiro passo é o mais divertido.  Vamos desenvolver nossas habilidades de estimulá-las sensorialmente.   Motivá-las a exercitar sua sensibilidade, a reconhecer o potencial orgástico de seu corpo, a aceitar e realizar seus desejos.  Vamos ajudá-las a amar a si mesmas.
As mulheres, meus caros, já não se amam.  E como poderiam, depois do que fizemos ?  Depois que demonizamos todas as características que as fazem diferentes de nós ? 
Reclamamos da famosa TPM, mas o que é ela senão uma revolta contra chegada da menstruação que, por culpa nossa, é mal recebida.
Criticamos sua excessiva preocupação com a aparência, com os quilinhos a mais, com a celulite.  Mas quem as ensinou a ter vergonha do próprio corpo ?  E quem enaltece, no discurso, a perfeição das formas ?  Claro que é uma excelente estratégia para deixá-las mais inseguras e facilitar a conquista.  Mas, acreditem, não vale o preço que pagamos depois.
Detestamos sua falta de disposição para o sexo mas, convenhamos, depois de instalar a culpa pelo prazer e a insegurança pelas “imperfeições”, como querer que elas desejem participar da nossa satisfação pessoal ?
Uma mulher que reconhece seu corpo como fonte inesgotável de prazer aprende a se amar e estará sempre disposta a compartilhar esse amor e esse prazer.
Honestamente, meus caros, temos muito a ganhar com isso, e nada a perder.
O último passo é, talvez, o mais difícil: aprender a conviver com essa nova  e intensa mulher.
Uma mulher que vai amar a si mesma e a vida, antes de nós.  Que sera mais independente, autossuficiente e realizadora.  Que conquistará, finalmente, a “igualdade” de direitos que lhe foi surrupiada a tempos.
Não estamos acostumados a isso.  Sequer temos registros históricos fidedignos de como era o mundo quando isso existia.  A história, meus caros, foi escrita e administrada por nossa irmandade e os textos divergentes de nossa estratégia foram considerados apócrifos e destruídos.
Essa nova mulher não é aquela que surgiu do antigo movimento feminista. 
As feministas conquistaram o direito de serem iguais aos homens. 
As neofeministas conquistarão o direito de serem mulheres em toda a sua plenitude.
Essa situação vai nos deixar bastante inseguros num primeiro momento, principalmente porque não temos referências para o papel que iremos desempenhar nessa nova situação.
Mas poderemos contar com nossas companheiras.
As mulheres plenas, satisfeitas e felizes são generosas e acolhedoras.  Sabem escutar e orientar.  Nos ajudarão a encontrar o caminho para a boa convivência.
Não julgue pelas experiências que teve até hoje.  A mulher que se irritava com você por qualquer coisa estava apenas manifestando sua revolta pela condição que lhe impusemos.  Respeito e liberdade são correspondidos na mesma moeda, e elas também são melhores do que nós na arte de dar suporte emocional.
Essa é a causa para a qual convido vocês.
Vamos, juntos, resgatar da extinção as mulheres dos nossos sonhos.
Felicidade dá trabalho mas paga bem.



Calor na bacurinha (by Carlos)

Ah ... se tu fosses minha
Havia de me agasalhar
No calor dessa bacurinha

Os mais novos talvez não estejam acostumados com a expressão, mas a imagem de uma "bacurinha" causava polução noturna em nossos avós.
A palavra "bacurinha" vem de "Bikurin", expressão judaica que signfica algo como "primícias" e se refere às primeiras frutas que devem ser plantadas quando a terra prometida é ocupada e, por extensão, que são levadas aos templos e em festas especiais como oferenda.
Frutas frescas a serem comidas, portanto.
No nordeste do Brasil, por influência dos colonizadores "sefarad" (portugueses e espanhois da Andaluzia, de origem judaica), a expressão foi adotada para denotar a qualidade de "castas" (puras e intocadas) das moças do interior.
A minha geração já recebeu uma conotação distinta e "bacurinha" passou a representar, carinhosamente, o orgão sexual feminino, principalmente das mulheres mais jovens.
Mulheres, digamos, mais assanhadas passaram a ser delicadamente apontadas como portadoras de "calor na bacurinha".
Note que o calor na bacurinha remete a um assanhamento involuntário, que demanda uma ação paleativa imediata por parte do homem mais próximo, de forma a aliviar o sofrimento da portadora da síndrome.
Dai a expressão resultar na excitação de nossos sentimentos mais nobres, de cuidado e carinho.

No primeiro encontro (by Luiz)

Resolvi que não vou mais para a cama com uma mulher no primeiro encontro.
Por mais que tenha adorado a garota e esteja morrendo de tesão, não vou.
Ir para a cama com uma mulher na primeira noite acaba com a chance de um relacionamento mais bacana.
Ela logo fica achando que você é um comedor, que só pensa em sexo e que não quer nada sério.
E mesmo que seja gostoso, ela fica insegura depois, achando que você vai para cama com qualquer uma.
Não há santa que a faça entender que ela não é qualquer uma.  Freud explica.
Agora, mesmo com paixão a primeira vista, sexo, só a prazo.  Lá pelo terceiro ou quarto encontro, isso se a garota já tiver entendido que  não sou nenhum vagabundo.
E, depois, convenhamos... se sexo já é bom, com alguma intimidade fica ainda melhor.
Posso aproveitar os primeiros encontros para sentir o perfume e a textura da pele, mergulhar no olhar, me perder nos sorrisos, abraçar com o corpo todo e beijar ... ah, beijar ...
Aí, quando chega a hora, o prazer é muito maior.  É como chegar da praia num dia de verão, colocar uma cerveja no freezer e esperar mais 10 minutos ... Vale a espera.
Então, de agora em diante vai ser sempre assim.
Tenho que confessar que, no começo, foi difícil.  Principalmente nos primeiros dias.
Mas o segredo é simples ... um processo acumulativo.
Em duas ou três semanas dá para organizar as coisas de forma a ter alguma garota no terceiro encontro em cada semana ...

Mulheres que gozam com os lobos (by Brunão)

A mitologia diz que puta não goza.  Mentira ... puta ruim não goza.
Também diz que atriz pornô não goza.  Outra mentira ... grande parte das atrizes pornô escolhem essa profissão porque gostam de fazer sexo com platéia.  Aliás, acabo de assistir um documentário sobre isso onde uma das garotas afirmava que resolveu ser atriz pornô porque gostava de transar em público e achava difícl encontrar homens que topassem a parada !!!!  Vem para o Brasil, mulher ...
Também se diz por aí que tem mulher que nao goza...  Bem, eu ainda não tive o desprazer de conhecer alguma.   Algumas demoram mais do que as outras, mas todas gozam.  Se não gozam, é porque não confiam no homem, ou porque ele não fez por merecer esse presente.
O seu José, um sábio, sempre dizia:  Brunão, prefira as mulheres de peitos pequenos ... são mais sensíveis e gozam muito.  O velho safado tinha razão.
Mas as matronas carolas também chegam lá.  É só ter um pouco de paciência nas primeiras vezes.  E, depois, com o tempo, elas conseguem entender que gozar não é pecado e ficam bem mais divertidas.
Sou paciente, mas não mazoquista.  Quando posso optar, sigo os conselhos do bom José.

Propaganda para mulheres (by Carlos)

A gente pode aprender muito sobre as pessoas através da propaganda.
Os publicitários e marketeiros gastam um bom dinheiro em pesquisa para conhecer o público-alvo de seus produtos, entender suas necessidades, estudar suas atitudes e aprender sua linguagem.
E tudo isso, está resumido, de forma subliminar, num bom comercial de 30", num anúncio de revista ou em qualquer outra peça publicitária bem produzida.
Então, observar as mensagens dirigidas para o público feminino talvez seja uma boa oportunidade para conhecer melhor nosso target.
A primeira coisa que chama a atenção é a enorme quantidade de comerciais prometendo o bom funcionamento do intestino.
A não ser que os grandes fabricantes estejam jogando um caminhão de dinheiro pela janela, me parece possível concluir que as garotas tem dificuldade para fazer o que educadamente se convencionou chamar de "número 2".
Fácil entender.  É uma coisa que não combina com a delicada, perfumada e sedutora auto-imagem feminina.
Enquanto os garotos informam aos colegas em bom som que vão "soltar um barro" e, dependendo do resultado, compartilham sua proesa, as meninas afirmam que vão retocar a maquiagem e desenvolvem artifícios interessantes para evitar que se suspeite de suas reais intenções, como deixar a torneira aberta e derrubar coisas no chão.
Um amigo, mais experiente, costumava dizer que um verdadeiro cavalheiro, quando viaja com uma mulher, faz questão de sair do quarto do hotel de manhã cedo para comprar o jornal enquanto a dama se banha, mesmo que o jornal seja em chinês.
A dificuldade da mulher para aceitar com naturalidade essa necessidade fisiológica também fica explícita na linguagem dos comerciais e na elegância do nome dos produtos.  Raras são as alusões diretas ao problema.  Não me lembro de haver visto qualquer menção a um banheiro num comercial feminino para prisão de ventre.
Fosse um comercial para homens, com toda a elegância, o sujeito estaria saindo do banheiro com uma cara orgulhosa segurando uma caixinha de "cague-fácil" na mão. Bateria com a caixinha no canto da testa e daria um sorriso para camêra dizendo algo como "missão cumprida".
Também podemos identificar outros detalhes interessantes em comerciais de produtos distintos.
Alguém já viu um comercial de eletrodomésticos para mulheres mencionar a potência do motor da máquina ?
Isso só acontece nos informerciais (tipo Polishop), dirigidos para o público masculino.
Um comercial de máquina de lavar roupas para o público feminino costuma ressaltar a estética da máquina, o fato do modelo ser novo (quer mulher resiste ?) e seus inúmeros programas que incluem, é claro, um para roupas delicadas (lingeries).
Se fosse feito para homens, mencionaria a potência, a durabilidade e a economia, ressaltando o fato de ter um programa único: é só jogar a roupa lá dentro, colocar sabão e apertar o botão.
Um anúncio de geladeira ressalta o acabamento moderno e o espaço interno com lugares especiais para cada uma das coisas que ela pode pensar em guardar la dentro.  E é capaz de apontar para o fato de que, com uma geladeira nova tão bonita ela vai precisar trocar os armários da cozinha, como uma "vantagem" do produto.
Um homem só quer comprar geladeira uma vez na vida e a única possível preocupação com o espaço interno seria saber quantas latas de cerveja consegue acomodar.  Consumo de energia, durabilidade e garantia seriam os fatores diferenciais além de, é claro, o preço.  E a primeira coisa que irá fazer é verificar se cabe no espaço reservado para ela entre os armários que ele, obviamente, nunca pensará em mudar.
Pude observar que os únicos comerciais semalhantes em linguagem e promessas, para homens e mulheres são os de perfume, ainda que com uma sutil diferença.  Mas o comercial termina antes da diferença ficar explícita ...