Ah ... se tu fosses minha
Havia de me agasalhar
No calor dessa bacurinha
Os mais novos talvez não estejam acostumados com a expressão, mas a imagem de uma "bacurinha" causava polução noturna em nossos avós.
A palavra "bacurinha" vem de "Bikurin", expressão judaica que signfica algo como "primícias" e se refere às primeiras frutas que devem ser plantadas quando a terra prometida é ocupada e, por extensão, que são levadas aos templos e em festas especiais como oferenda.
Frutas frescas a serem comidas, portanto.
No nordeste do Brasil, por influência dos colonizadores "sefarad" (portugueses e espanhois da Andaluzia, de origem judaica), a expressão foi adotada para denotar a qualidade de "castas" (puras e intocadas) das moças do interior.
A minha geração já recebeu uma conotação distinta e "bacurinha" passou a representar, carinhosamente, o orgão sexual feminino, principalmente das mulheres mais jovens.
Mulheres, digamos, mais assanhadas passaram a ser delicadamente apontadas como portadoras de "calor na bacurinha".
Note que o calor na bacurinha remete a um assanhamento involuntário, que demanda uma ação paleativa imediata por parte do homem mais próximo, de forma a aliviar o sofrimento da portadora da síndrome.
Dai a expressão resultar na excitação de nossos sentimentos mais nobres, de cuidado e carinho.